A História da Impressão

A palavra impressão deriva do latim "impressio,onis",
significa ação de sinalizar por pressão.

Ensinar através do que aprendemos sempre foi uma necessidade para a evolução do conhecimento humano e uma forma de passar o aprendizado através das gerações.

Desde as pinturas rupestres na idade pré-histórica, sempre foram utilizadas formas de impressões com o intuito de passar o conhecimento adiante.

O papiro, inventado pelos egípcios por volta de 3.000 A.C., o pergaminho produzido a partir de couros bovinos e o papel que chega à história em 105 anos depois de Cristo (d.C.) pelo chinês T’sai Lun.

Toda essa evolução do papiro, couros e a invenção do papel, culminaram até o final da Idade Média (durou de 476 à 1453), quando um jovem de 20 anos, nascido em Mainz (Mogúncia, na épocana Alemanha, entre 1395 e 1400 (não se sabe ao certo quando, pela falta de documentação).

Seu nome? Johannes Gensfleisch Gutenberg. O menino gostava de joias preciosas e, por conta disso, seu ofício foi ourives e joalheiro. 

Sua dedicação na produção de joias finas não permitia fazer o que ele mais gostava, ler e estudar. 

Era amante das artes e ciências mas com pouco dinheiro não tinha condições de comprar livros.

Naquela época os livros tinham um alto custo, pois eram produzidos à mão e o processo era extremamente demorado e artesanal.

No período, apenas os monges eram qualificados para escrever as cópias, portanto o assunto era quase sempre religioso e em latim.

Sua obsessão por adquirir livros o levou em busca de uma forma para produzir em quantidade, em menos tempo, dando acesso à aprendizagem para mais pessoas, uma vez que naquela época apenas uma minoria da elite podia estudar através dos livros.

Com essa motivação e muito curioso, suas primeiras ideias para a criação da imprensa ocorreram enquanto ele observava um anel ao qual os nobres utilizavam para selar as cartas e documentos com o brasão da família. 

Gutenberg, imaginou que, ao cunhar a madeira e utilizar esse mesmo princípio de ponta cabeça, ele chegaria a um resultado parecido.

Dessa forma ele fez Imagens de São Cristóvão e, ao levar essas impressões ao Bispo de Estrasburgo, o religioso se impressionou como um ourives conseguira fazer tantas imagens iguais de uma vez, algo que os monges demorariam um tempo enorme.

Fazendo segredo de seu invento, ele retorna à sua oficina com encomendas do reverendo, mas ainda com o objetivo de imprimir uma página inteira de livro. Agora com um livro emprestado do bispo, segue com a evolução de sua ideia.

Ao entalhar na madeira sua primeira página e fazer a impressão, a surpresa foi que o texto ficou ao contrário, um contratempo que ele não imaginou, pois, ao fazer com a imagem de São Cristóvão não houve esse problema.

Esse fato foi importante pois Gutenberg percebeu que entalhar uma página inteira na madeira levaria muito tempo.

A partir disso, ele decidiu entalhar peças menores, letra a letra, de forma individual, e posteriormente ele passou a utilizar chumbo fundido por ser mais resistente.

Ainda faltava um processo que possibilitasse a agilidade na execução de impressão, então, inventou uma forma de juntar as letras. 

Após fazer uma adaptação em uma prensa que servia para produzir vinhos, ele obteve um bom resultado. 

O mecanismo consistia em um suporte fixo e uma parte superior móvel em forma de parafuso.

O molde, junto com os tipos, eram colocados sobre o suporte, recebiam uma camada de tinta (inventada por ele mesmo) e, com o movimento de encostar uma parte na outra, a pressão efetuava a impressão no papel.

Assim foi feita a Impressão Tipográfica. Houve muito trabalho até chegarmos ao nível de desenvolvimento atual, mas desse ponto adiante a história começa a ficar mais interessante.

Naquela época, essa invenção causou uma mutação social, econômica e religiosa, pois a ideia da difusão do conhecimento colocou ainda mais lenha na fogueira e foi uma efervescência na cultura europeia durante a Idade Média.

Muitas descobertas ocorreram naquele período como a pólvora, o relógio mecânico, o aperfeiçoamento da navegação a vela, a Itália florescendo em pleno Renascimento, a Europa cheia de desejo do enriquecimento cultural e civilização mais dinâmica.

  A solução foi colocar tudo isso no papel.

Os livros impressos com a tipografia de Gutenberg disseminaram o hábito de ler e escrever permitindo novas classes sociais a alcançar conhecimentos que antes só eram acessíveis aos nobres.

A data exata dessa invenção é um mistério até hoje, pois como não há registros precisos daquela época, apenas alguns documentos comerciais e judiciários permitiram uma incerta dedução de quando ocorreu de fato.

Gastando todo seu dinheiro em pesquisas sobre tipografia, Gutenberg ficou sem recursos e não conseguiu produzir nada que lhe gerasse uma renda para dar continuidade em sua invenção.

Ele, em torno de 1438, procurou então, três burgueses para fazer uma sociedade. Eram eles Andreas Dritzehn, Hans Riffe e Andreas Heilmann. 

O grupo iniciou as publicações de folhetos e livretos religiosos. Na sequência, com a morte de Dritzehn, seus irmãos entraram na justiça para participar da sociedade e assumir o lugar do falecido irmão. 

O documento que registra a decisão na época, e que não permitiu a entrada deles, foi uma forma de identificar a possível data da criação da invenção naquela ocasião.

Após essa disputa judicial, falido, o inventor retorna a sua cidade natal, Mainz, e muito provável que já estava por lá quando imprimiu o poema Weltgeritch (Juízo do Mundo), um poema alemão anônimo considerado o mais antigo testemunho da tipografia europeia.

Aos seus 50 anos, aproximadamente em 1448, Gutenberg conseguiu um novo patrocinador chamado Johann Fust, ao qual confiou o segredo da sua invenção para imprimir seu primeiro livro.

Fust iniciou os investimentos com 800 florins e, dois anos depois, mais 800 florins, o que na época era uma quantia muito considerável.

Mesmo Gutenberg trabalhando com o auxílio de Peter Schöffer, um artesão tão habilidoso quanto ele, em 1455 Fust entrou na justiça para cobrar a devolução dos valores investidos pois o livro ainda não estaria pronto.

Gutenberg numa tentativa de se salvar de mais uma falência, imprimiu às pressas as cartas de indulgência do Papa Nicolau V, e mesmo esse impresso vendendo rápido, não foram suficientes e sua oficina acabou indo para as mãos de Fust e Schöffer.

Com a nova administração da oficina em 1456, foi lançado o primeiro livro impresso pela criação de Gutenberg, chamada de Bíblia de 42 linhas, a obra contava com 642 páginas e sua primeira tiragem foi de 200 exemplares. Sem a citação de data, local e impressores.

Oficialmente ficou nomeada a “A Bíblia de Fust”, porém feita a justiça ao seu verdadeiro autor foi apelidada de “A Bíblia de Gutenberg”.

CURIOSIDADE SOBRE O ASSUNTO
Um dos últimos exemplares existentes da Bíblia de Gutenberg, produzida em pergaminho foi vendida por 12 Milhões de Dólares em 2009, se tornando um dos livros mais caros já comercializados.

Após seu desentendimento com Fust, sem recursos e desonrado, um funcionário público em Mainz, proporcionou proteção a Gutenberg e uma nova oficina.

Não é confirmado que ele tenha dado continuidade a seu trabalho. Existem dúvidas sobre Gutenberg ainda ter impresso duas obras; o Catholicon, do frade Johannes Balbus, e uma Bíblia de 36 linhas.

Em fevereiro de 1468, com aproximadamente 70 anos, Gutenberg faleceu e se eternizou na história como o inventor da imprensa.

Sua invenção permitiu a evolução da propagação do conhecimento. Gutenberg com certeza, hoje, se pudesse ver a evolução de seu projeto inicial, se sentiria muito realizado.

A tecnologia, com toda sua computadorização e mecanização do processo de impressão, chega à marca de 18 mil folhas por hora, considerando um equipamento de ponta.

O Livro ainda é uma das formas mais seguras de registrar o conhecimento a fim de ensinar as próximas gerações.

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